O pedreiro Luiz Gonzaga foi uma das primeiras pessoas a ajudar na retirada dos corpos das vítimas do desabamento de uma chaminé sobre uma casa no parque Wall Ferraz, na madrugada desta sexta-feira (5 de abril de 2013). Ele contou que às 5h10 passou pelo local e achou que a casa estava sendo assaltada. 

“Eu ando com um cassetete porque vou andando deixar minha mulher na parada de ônibus todos os dias. Hoje passei por aqui e vi uma movimentação estranha. Foi quando uma pessoa gritou que a casa tinha caído. Eu e outras pessoas que faziam caminhada entramos e vimos a situação. Eu vi os pés do menino e comecei a tirar os escombros achando que ele estava vivo. O pai dele entrou em estado de choque quando viu. Já a menina a gente não conseguia encontrar. Ela estava completamente soterrada”, disse emocionado. 

 Pedreiro foi um dos primeiros a chegar no local

Segundo ele, a mãe dos garotos, Maria do Socorro, estava inconsciente, não conseguia falar nada e estava com o rosto cortado, bastante ensanguentada. 

 Crianças mortas

Hoje, estava programada uma audiência pública para discutir a criação de uma SDU para a região da Santa Maria da Codipi à qual o parque Wall Ferraz faz parte. O evento aconteceria na escola Marista, entretanto, devido à tragédia e ao colégio servir de local para o velório das vítimas, a audiência foi adiada. O vereador Antonio José de Aguiar (PTB) que propôs a discussão esteve no local do incidente e disse que agora pretende ainda mais lutar por melhorias na região. As assistentes sociais afirmaram que a Semtcas vai providenciar caixões e liberação dos corpos. Maria do Socorro Lima, mãe de Raimundo Anderson Lima, conhecido como Bibinha, 16 anos e a menina de nove anos Amanda, sofreu traumatismo craniano, está sedada e está passando por cirurgia neste momento no HUT. 

 Maria do Socorro, Francisco e a pequena Amanda

José Roberto Sousa Lima, padrinho do rapaz e compadre de Socorro afirma ainda que o marido da vítima e pai das crianças, Francisco, está em estado de choque. Vários vizinhos e estudantes da escola Marista, onde os meninos estudavam, estão em frente à residência onde aconteceu o incidente. Os padrinhos estão impedindo que populares e imprensa entrem a fim de evitar danos no imóvel. Os escombros do teto ainda estão no quarto da residência localizada na avenida principal do parque Wall Ferraz.  O velório vai acontecer no pátio da escola Marista. O enterro ainda não foi programado. Duas assistentes sociais da prefeitura vieram ao endereço para prestar ajuda à família. O médico Luis Lobão, o presidente da FMS está na residência da família para prestar solidariedade à família. O outro filho do casal tem 18 anos e estava na casa em outro cômodo. Ele ainda está muito nervoso dentro do imóvel. De acordo com os padrinhos das crianças, a casa não apresentou indícios de que iria desabar e no início da chuva, não parecia haver riscos.