Escrito por Saraiva    Sex, 12 de Abril de 2013 19:31    Imprimir
Polícia investiga abusos que teriam ocorrido contra duas menores de 9 e 7 anos na porta de escola em José de Freitas

A Polícia Civil de José de Freitas-PI, a 48 km de Teresina, está investigando um possível abuso sexual que teria ocorrido na manhã da última quinta-feira (11 de abril de 2013), na porta da Escola Municipal João Gaioso, no povoado Lagoa do Piripiri, no Município de José de Freitas-PI, contra duas alunas da escola, sendo uma de 9 anos e a outra de 7 anos, que ambas são primas. 

O principal suspeito dos abusos contra as duas crianças é um motorista que presta serviço para a Prefeitura de José de Freitas e que teria ido transportar em um automóvel até à Escola João Gaioso, uma enfermeira que foi prestar serviço no referido povoado Lagoa do Piauí, que fica a 17 km da cidade de José de Freitas. O caso foi comunicado ao Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente de José de Freitas e na manhã desta sexta-feira (12 de abril de 2013), as mães das crianças formalizaram a denúncia na Delegacia do 17º DP, na cidade de José de Freitas, onde o caso está sendo investigado pela delegada Georgiane Karine.

    Imagem:Saraivareporter.com 

 Delegada Georgiane Karine investiga mais este caso de abuso contra duas menores de 7 e 9 anos

O caso chegou ao conhecimento do Saraivareporter.com, através de um vereador de José de Freitas, que é amigo da mãe de uma das possíveis vítimas. O Coordenador da Polícia Civil em José de Freitas-PI, Gilson Ferreira ao ser procurado pela reportagem do Saraivareporter.com, confirmou que realmente o caso que envolve as duas crianças que estudam na Escola João Gaioso, está sendo investigado e a informação que a polícia já tem é de que o suspeito de aliciar as crianças e que teria chegado a pegar nas partes íntimas da menor de 9 anos é um motorista que foi até a referida escola municipal transportando em um automóvel uma enfermeira que presta serviço para o Município de José de Freitas. “Tudo está sendo investigado e se for comprovado os crimes, o culpado será indiciado pela Polícia Civil”, afirmou o policial civil Gilson Ferreira. A mãe de uma das menores disse que o suspeito, dentro da Escola João Gaioso, sem ter intimidade com a sua filha, passou a perguntar quantos anos ela tinha, onde morava e a pedir que ela e a prima não fossem embora logo no termino das aulas. Segundo a mãe, cujo nome está sendo mantido em sigilo, quando sua filha estava indo embora com a prima de 7 anos, o homem acompanhou as duas até a porta do colégio, agarrou a sua filha de 9 anos, passou a beijar no rosto, pescoço e ficou passando a mão em suas partes íntimas e também abraçou e beijou a outra garota de 7 anos, com quem também não tinha nenhuma intimidade. Segundo ainda a mãe, o homem ainda tentou convencer que sua filha e a prima de 7 anos, entrassem no carro que ele dirigia, dizendo que iria deixá-las em casa, mas a garota de 7 anos não aceitou, dizendo que morava próximo ao colégio e as duas meninas foram embora a pé. A menina de 7 anos contou tudo o ocorreu na escola para a sua mãe, que imediatamente foi até a casa da garota de 9 anos, onde lá a menina confirmou tudo na presença de sua mãe, o que ela a prima teriam sofrido. De acordo ainda com informações repassadas à reportagem do Saraivareporter.com, as duas crianças choraram muito, após chegarem a suas casas. A diretora da Escola Municipal João Gaioso ainda foi até as casas das duas crianças para saber informações sobre o que teria ocorrido. “Eu confio na minha filha, sei que ela está falando a verdade, por isso, eu quero justiça, isso é grave, eu sou o pai e a mãe dela”, desabafou ao Saraivareporter.com uma das mães.

    Imagem:Saraivareporter.com

  Coordenador da Polícia Civil de José de Freitas, Gilson Ferreira afirma que as famílias devem denunciar os abusos sexuais, que a polícia dará as respostas

De acordo com informações do Coordenador da Polícia Civil, Gilson Ferreira, na próxima segunda-feira (15 de abril), a delegada Georgiane Karine começará a ouvir pessoas no inquérito que apura o caso, que na noite da última quinta-feira (11), chegou a ser comentado durante reunião dos vereadores na Câmara Municipal de José de Freitas.    

Veja as consequências do abuso sexual:     

Abuso Sexual Infantil

É difícil para a maioria das pessoas imaginar um adulto tendo prazer sexual com uma criança, mas a realidade que nos cerca cada vez mais está mostrando como isso é real, doloroso e deixa marcas severas na vida dos envolvidos. Algumas das frequentes perguntas que surgem a respeito do assunto com suas respostas podem ajudar a esclarecer algumas questões sobre o abuso sexual infantil.

Qual a definição de abuso sexual infantil?

Muitos pensam que abuso sexual infantil é ter uma relação sexual completa com uma criança, mas a definição é muito mais ampla do que isso. Podemos caracterizar o abuso como: tocar a boca, genitais, bumbum, seios ou outras partes íntimas de uma criança com objetivo de satisfação dos desejos; forçar ou encorajar a criança a tocar um adulto de modo a satisfazer o desejo sexual. Fazer ou tentar fazer a criança se envolver em ato sexual. Forçar ou encorajar a criança a se envolver em atividades sexuais com outras crianças ou adultos. Expor a criança a ato sexual ou exibições com o propósito de estimulação ou gratificação sexual. Usar a criança em apresentação sexual como fotografia, brincadeira, filmagem ou dança, não importa se o material seja obsceno ou não.

Quais são as principais estatísticas que existem sobre o assunto?

O número de crianças e adolescentes abusados sexualmente no Brasil é cada vez maior, mas só uma minoria apresenta queixa. Isso se dá devido ao grande trauma psicológico acarretado e também porque muitas vezes o abusador mantém algum grau de parentesco com a vítima, quando não é o próprio pai ou padrasto, o que gera medo de retaliação. As estatísticas brasileiras a respeito de abuso sexual infantil estão defasadas, faltam verbas, falta preparo de quem acolhe as denúncias, faltam mais pesquisas. Em 2008, o Disque 100 recebeu cerca de 25 mil denúncias. Em 2008, a SaferNet Brasil, uma organização de combate à pornografia infantil na internet, recebeu 42.122 denúncias sobre abuso. Assim mesmo, sem muitas estatísticas, os números são alarmantes, e têm crescido a cada ano por haver mais esclarecimento sobre o assunto, por haver mais divulgação, mas também pela maior possibilidade de acesso às crianças.

De que forma a criança pode demonstrar aos pais ou responsáveis que sofreu abuso?

Os principais sinais que a criança pode mostrar e podem ser observados pelos pais, professores ou outro cuidador da criança são: conhecimento ou comportamento sexual fora do esperado. Mudanças no comportamento como perda do apetite, pesadelos, medo de dormir, se afastar das atividades rotineiras. Afastamento dos amigos. Voltar a fazer xixi na cama. Chupar o dedo. Dificuldade de concentração na escola. Medo de alguma pessoa, ou pânico de ser deixada em algum lugar ou com alguém. Comportamento agressivo ou perturbador, delinquência, fuga de casa ou prostituição. Comportamentos autoagressivos. Irritação genital ou sangramento, inchaço, dor, coceira, cortes ou arranhões na área genital, vaginal ou anal.

Qual deve ser a postura dos pais? 

Em primeiro lugar, não entrar em pânico. Muitas vezes, os pais já até tinham algum “pressentimento” sobre determinada pessoa, mas não deram a devida atenção à sua percepção. A criança pode ter medo de contar aos pais ou familiares, pois muitas vezes o abusador faz ameaças a ela ou aos seus queridos. Se a criança conseguir contar aos pais, atenção! Acreditem, dificilmente uma criança inventa histórias dessa natureza. Conforte a criança. Explique que não foi culpa dela. A culpa é do abusador e ele fez algo muito errado. Deixe a criança saber que você sente pelo que aconteceu. Fale a ela que você vai fazer de tudo para que isso não aconteça novamente. Leve a criança e a família para um aconselhamento ou terapia. 

Quais as principais sequelas do abuso sexual infantil e como tratá-las?

As principais consequências são:

Confusão
 – A criança pode achar que é normal porque o abusador disse que é, mas é confuso por que ele também falou para não contar para ninguém.

Culpa
 – Por não ter feito nada para parar o abuso; porque às vezes podia sentir algo bom; sentia que recebia coisas especiais por fazer aquilo; acha que fez algo para que o abuso acontecesse; é tão má que mereceu o abuso.

Medo
 – De ter sofrido um dano físico irreparável; de ser descoberto pelos outros; de que só de olhar para ele saberão que é mau.

Raiva
 – Do abusador; de si mesma, por não parar o abuso, ou por gostar; do  pai/mãe que não a protegeu de ser abusada pelo pai/mãe; pode parecer uma criança passiva e submissa, mas está explodindo por dentro; pode descarregar sua raiva maltratando animais ou crianças menores

Perda da confiança – Nos pais; nos adultos.

Se isso aconteceu com alguma criança que você conhece, busque ajuda especializada. Leigos no assunto com frequência machucam mais do que ajudam.

Fonte: Cláudia Bruscagin Schwantes

Última atualização ( Sex, 12 de Abril de 2013 19:41 )