Escrito por Saraiva    Sex, 03 de Maio de 2013 10:15    Imprimir
Após troca, advogados pedem os cabos rompidos à Eletrobrás

Os advogados da família de Hernesto Manoel, 8 anos, avaliam que a troca dos cabos na rua onde o menino foi morto configura violação do local do crime. Eles afirmaram que irão solicitar à polícia que a empresa apresente os cabos com defeito. Na tarde de ontem (2), uma equipe de técnicos da Eletrobrás efetuou a troca da fiação elétrica danificada no Bairro Matadouro, Zona Norte de Teresina-PI. 

A substituição ocorre três dias depois que a bicicleta que Hernesto usava foi tocada pelo fio de energia, causando sua morte. Até ontem a família não havia prestado Boletim de Ocorrência, por isso ainda não havia sido realizada a perícia. Entretanto, segundo os advogados, a responsabilidade pelo B.O. também é da Eletrobrás. "A morte do menino foi de responsabilidade direta da empresa, pois foi causada por um fio energizado. A mesma responsabilidade que tem a família, como vítima, tem a Eletrobrás, como autora. Os cabos só deveriam ser trocados depois da perícia, por isso, vamos enviar ofício à polícia, para que a empresa apresente os cabos que foram substituídos, mesmo que não existam dúvidas sobre a culpa da Eletrobrás", disse o advogado Lúcio Tadeu.

 

O outro advogado da família, Rafael Sérvio, acrescentou que o pedido será realizado ainda na manhã de hoje e que peritos criminais deverão acompanhar todo o processo. Ele disse ainda que o local do crime deveria estar isolado. Lúcio Tadeu ressaltou que este não é o primeiro caso em que fios desgastados provocam acidentes no Piauí. "Esses fios romperam pelo desgaste, pelo tempo de uso. Não se pode permitir que isso continue acontecendo, não é a primeira vez e se não fizermos alguma coisa, não vai ser a última", finalizou.

 

Hernesto não resistiu as queimaduras e morreu na terça-feira 

Após ter a bicicleta atingida pelo fio da rede elétrica, em acidente provocado pela explosão de um transformador, Hernesto lutou pela vida por quase 24 horas. Primeiro até conseguir uma UTI para ser internado. Depois, para se recuperar de queimaduras, que atingiram 70% do seu corpo e órgãos internos. Médicos chegaram a amputar suas pernas, mas o garoto faleceu na noite de terça-feira.