Escrito por Saraiva    Sáb, 01 de Junho de 2013 01:54    Imprimir
Desembargador afirma que a Polícia Civil de Picos no Piauí está em colapso

Após visitar as Delegacias do Município de Picos-PI, ao lado do colega Sebastião Ribeiro, o desembargador Erivan Lopes foi enfático ao denunciar o caos na segurança pública em Picos. Ele disse que já esteve em audiência com o Secretário de Segurança Pública, Robert Rios Magalhães e este garantiu que em dez dias o problema seria resolvido.

“No dia da abertura da Correição Ordinária, 15 de maio, o primeiro ato que fizemos eu e o desembargador Sebastião Ribeiro, foi visitar as delegacias. Podemos afirmar que a Polícia Judiciária, a Polícia Civil em Picos não está com dificuldades não, ela está em colapso, ou seja, ela não está é funcionando”, denunciou Erivan Lopes.

   Olha como se encontra o prédio que funciona a Delegacia do 2º Distrito Policial de Picos-PI 

Segundo Erivan Lopes, o trabalho da Polícia Civil de Picos hoje se restringe a registrar Boletim de Ocorrência e lavrar auto de prisão em flagrante. “Lá existe deficiência de pessoal, deficiência de estrutura física, deficiência em recursos humanos e financeiros”, denunciou Erivan.

                     Desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí, Erivan Lopes

O desembargador esteve na Central de Flagrantes, que está interditada por ordem judicial, e constatou que lá não há condição de salubridade. Os delegados são em número insuficiente, não tem nem como tirar os plantões. “O delegado me informou que há 35 dias não conclui um inquérito, ou seja, não está havendo investigação”, constatou Erivan Lopes. Diante da situação caótica, o desembargador Erivan Lopes já esteve em audiência com o Secretário de Segurança Pública do Piauí, Robert Rios. “Eu e o desembargador Sebastião Ribeiro conversamos com o secretário e ele prometeu que em dez dias o problema estaria solucionado. Nós vamos aguardar o final desse prazo para saber se houve solução, caso contrário nós vamos tomar outras providências”, anunciou Erivan Lopes.


        Delegacia Regional da Polícia Civil funciona em prédio alugado

Consequências

Para o desembargador Erivan Lopes, as consequências geradas por esses problemas são graves. “Inicialmente provoca a impunidade, que gera mais violência, que gera mais insegurança. Se você não tem a Polícia Judiciária que faz o inquérito, investiga, faz a perícia e aponta os autores dos delitos, o Ministério Público não tem como denunciar e o Poder Judiciário não tem como julgar”, explica o desembargador. Erivan Lopes ressalta ainda que hoje se trabalha o processo criminal com a Polícia Científica e a Polícia de Inteligência. Segundo ele, para se ter uma ideia do caos no setor de segurança pública no município, atualmente em Picos tramita apenas um pedido de rastreamento ou receptação telefônica.

                 Aqui é a Central de Flagrantes de Picos que foi interditada pela Justiça

O desembargador lembra que numa Comarca como a de Picos, por exemplo, quando ele esteve em visita com o Neco (Núcleo de Enfrentamento ao Crime Organizado) há cerca de um ano e meio, o Poder Judiciário tinha pelo menos doze pedidos de rastreamento ou receptação telefônica em andamento. “Hoje existe apenas um. Isso mostra que a Polícia Judiciária não está funcionado, daí o crescimento na criminalidade. Seis homicídios de janeiro até agora e somente um com autoria identificada. Os outros cinco já caíram no esquecimento”, arremata Erivan Lopes. Com informações do GP1. 

Última atualização ( Sáb, 01 de Junho de 2013 02:06 )