Escrito por Saraiva    Qua, 25 de Setembro de 2013 21:46    Imprimir
Federal investiga representante do Governo do Piauí em Brasília na Operação Miquéias

A Polícia federal desbaratou um esquema de favorecimentos envolvendo o ex-prefeito de Oeiras-PI, B. Sá. De acordo com denúncia da polícia,  o ex-procurador-geral da Fazenda Nacional, Manoel Felipe do Rego Brandão, oferecia vantagens para  B.Sá  em um fundo de investimento. Atualmente B.Sá ocupa o cargo de Superintendência de Representação do Piauí em Brasília (Surpi), responsável por fazer a representação do governo de Wilson Martins em Brasília-DF.

A Polícia Federal chegou aos dois acusados após fazer grampo de ligações telefônicas. Segundo a investigação da Polícia Federal, Manoel Felipe atuava como lobista que facilitava contatos entre a quadrilha e políticos. De acordo com o relatório da PF, a quadrilha oferecia às prefeituras nomes de fundos de investimentos para aplicação de recursos que acabavam gerando prejuízo. A quadrilha também atuava em fundos de previdência estadual. De acordo com a PF, há indícios de que Brandão tem vínculos com a lobista Alline Teixeira Olivier, advogada e empresária ligada diretamente ao doleiro Fayed Antoine Traboulsi, apontado, ao lado de Marcelo Toledo Watson, como um dos líderes da quadrilha.

 Representante do Governo Wilson Martins em Brasília-DF, ex-deputado federal B. Sá 

A interlocução se dava, principalmente, pela sócia dela, Cláudia Maria Maldonado, e também com a “pastinha” Luciane Lauzimar Hoepers — as pastinhas são apontadas pelos agentes como “mulheres muito bonitas as quais têm por atribuição percorrer o país visitando os prefeitos e apresentando-lhes os fundos que se pretende sejam investidos os recursos da Previdência Social”. Em uma ligação telefônica grampeada por agentes federais e autorizada pela Justiça, em novembro de 2012, entre Alline e Luciane, o ex-procurador é citado como um oferecedor de vantagens “ao Bessá” (identificação não detalhada pela PF) para investir em um fundo. Aline diz: “O Manoel tem contato com os mais altos, entendeu? E os meus só os bonzinhos, pequenos, entendeu?”. Luciane responde: “Eu também acho. Ele disse que a gente faz mais ou menos uma coisa assim: dentro das porcentagens de dinheiro que ia vir o retorno e tal. Eu passei o retorno quanto mais ou menos ia dá (sic). Ele falou: ‘Ah Lu, eu vou tentar ver se dessa parte a gente oferece alguma coisa pro Bessá fazer pressão e tal’ (...)”.

Em 1º de agosto de 2012, Luciane também conversou com o doleiro Fayed. No diálogo, Fayed pergunta o que houve durante uma visita feita ao prefeito de Cuiabá (leia transcrição). Em outra chamada, feita em maio deste ano, Alline e Cláudia comentam que “o Prego tem que ligar para abrir mercado em São Luís (MA), que ele falou que tá cheio de contato lá”. O mercado, de acordo com a Polícia Federal, refere-se a institutos de previdência na capital maranhense. Brandão também mantém contato direto com a “pastinha” Luciane, segundo a apuração policial. Em uma das ligações grampeadas, ele tira dúvidas com ela a respeito de um certificado de registro. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), onde Brandão foi chefe entre 2003 e 2006, é um órgão de direção superior da Advocacia-Geral da União. Atua, principalmente, na representação da União em causas fiscais e em cobranças judicial e administrativa de créditos tributários. Além disso, trabalha no assessoramento e na consultoria no âmbito do Ministério da Fazenda. O Correio ligou para a casa do ex-procurador, mas foi informado de que ele não estava. Brandão não atendeu as ligações no celular, assim como os advogados de Fayed e de Toledo. Com informações do Jornal Correio Braziliense. 

Última atualização ( Qua, 25 de Setembro de 2013 22:45 )