Escrito por Saraiva    Qua, 23 de Outubro de 2013 11:35    Imprimir
Caso Décio: Acusados conseguem 'habeas corpus' no Piauí

De acordo com o Blog do Gilberto Leda, do Maranhão, o juiz Antônio Reis Nolêto, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina (PI), concedeu semana passada habeas corpus e determinou a revogação das prisões de Gláucio Alencar, José de Alencar Miranda e José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusados no Piauí, da morte do agiota Fábio Brasil, ocorrido em março do ano passado. 

Os três são também acusados de homicídio no Maranhão, pela participação na morte do jornalista Décio Sá. No seu despacho (baixe aqui a íntegra), o magistrado registrou que a prisão ocorreu com o objetivo de obter-se a “garantia da ordem pública”, mas ponderou que, como a instrução processual já se encerrou em relação aos três, não há motivos parta a manutenção deles no cárcere. “Apesar de a ordem pública haver sido o fundamento norteador das prisões cautelares de todos os denunciados, a instrução processual se encerrou em relação aos denunciados Glaucio Alencar Pontes de Carvalho, Jósé de Alencar Miranda Carvalho e José Raimundo Sales Chaves Júnior. E assim, o fundamento que autorizou a custódia cautelar deles, não pode e nem deve ser autorizadora para mantê-los no cárcere”, concluiu.

Apesar do relaxamento da prisão no Piauí, Gláucio, Miranda e Bolinha seguem presos no Maranhão, onde foram pronunciados a júri popular pelo assassinato do jornalista de O Estado, mas recorreram da decisão do juiz Osmar Gomes, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís (MA).

ENTREVISTA AO 180GRAUS

José Raimundo Sales Chaves Araújo, o Júnior Bolinha, um dos acusados de participação no assassinato do corretor de veículos, Fábio Brasil e do jornalista Décio Sá, concedeu uma rápida entrevista ao 180graus na manhã da quarta-feira (16/10), antes de começar a audiência de instrução na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina. Segundo Júnior Bolinha, várias pessoas tinham interesse na morte de Fábio Brasil, já que ele devia muita gente, mas ele aponta um empresário de Teresina como suspeito e contou o motivo que, segundo ele, teria provocado a morte de Fábio Brasil.

180graus: Quem estaria interessado na morte de Fábio Brasil e por quê?

Júnior Bolinha: “Existe uma empresário em Teresina, dono de uma rede de lojas conhecida por Jóias Mil que tinha feito um negócio envolvendo uma lancha que valia mais de R$ 100 mil com Fábio Brasil. Mas, Fábio Brasil não pagou a conta e por isso mandaram matar ele. A viúva (Patrícia) sabe de tudo isso, que o Fábio era ameaçado”.

180graus: Como você sabe de toda essa história?

Júnior Bolinha: “Na cadeia a gente sabe de muitas coisas e a gente vai atrás da verdade”.

180graus: Você conhecia o pistoleiro Jhonathan?

Júnior Bolinha: “O Jhonathan fazia contatos com gente aqui em Teresina, ele fazia cobrança, inclusive para esse empresário que negociou a lancha com o Fábio Brasil”.

180graus: Essa acusação que você faz já foi apresentada na Polícia ou no Ministério Público?

Júnior Bolinha: “Até hoje eu não fui ouvido, nem na polícia, nem no Ministério Público. Estamos presos há um ano e três meses e não tenho nada a ver com tudo isso”. Júnior Bolinha foi acusado pela polícia de intermediar a contratação do pistoleiro Jhonathan de Sousa Silva, mas ele nega participação no crime e diz que o pistoleiro tinha contatos na capital piauiense. Por várias vezes, Bolinha teve a oportunidade de falar sobre essa denúncia contra um empresário, mas somente meses após sua prisão escreveu uma carta dentro da cadeia sobre essa hipóteses dos assassinatos. Os demais acusados nas mortes, Gláucio Alencar Pontes Carvalho, José de Alencar Miranda Carvalho e Fábio Aurélio Saraiva Silva, o “Fábio Capita”, não quiserem declarar nada sobre as acusações. A audiência de instrução foi realizada, mesmo sem o depoimento do autor dos disparos, Jhonathan de Sousa Silva, que se encontra preso no presídio de segurança máxima do Mato Grosso do Sul. Jhonathan prestaria depoimento através de videoconferência em Teresina. Todos os advogados dos acusados estavam presentes, mas a defesa do pistoleiro o orientou a aceitar depor somente na forma presencial. Uma nova data para recambiar e para o depoimento do pistoleiro será marcada. Com informações do Blog do Gilberto Leda (Maranhão).

 

Última atualização ( Qua, 23 de Outubro de 2013 12:04 )