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Brasil bate a Coreia do Sul, vai às quartas, e mantém vivo sonho do hexa no Catar |
O Brasil entrou em campo com Alisson, Militão, Thiago Silva, Marquinhos e Danilo; Casemiro e Paquetá; Raphinha, Neymar e Vini Jr; Richarlison.
Fotos: Lucas Figueiredo/CBF
A vitória do Brasil começou a ser desenhada aos 6 minutos com o gol de Vinícius Júnior. Aos 12 Neymar Júnior marcou de pênalti.
Aos 28 minutos foi a vez de Richarlison balançar a rede. Paquetá marcou o quarto logo em seguida aos 35 minutos. No segundo tempo, o Brasil perdeu várias chances de ampliar o placar. E como quem não faz leva, a Coréia descontou aos 30 com Paik Seung-Ho!
Com a vitória, o Brasil avança às quartas de final e pega a Croácia, que eliminou o Japão mais cedo nos pênaltis. A partida acontece na sexta-feira, às 12h.
Park Moon-sung é o mais famoso narrador de futebol na televisão sul-coreana. É a voz das transmissões da Copa do Mundo no país. O Galvão Bueno da Coreia do Sul. Em algum momento do primeiro tempo da partida desta segunda-feira (5), entre a seleção asiática e a do Brasil, ele deve ter dito à sua audiência que "virou passeio". Em coreano, claro. Com 45 minutos de gala e a volta de Neymar, o Brasil atropelou a Coreia do Sul, goleou-a por 4 a 1 e obteve, com facilidade, a vaga nas quartas de final da Copa do Mundo do Qatar. Na próxima sexta-feira (9), enfrenta a Croácia, no estádio Cidade da Educação, para ir à semifinal e ter um potencial confronto com a Argentina. Na véspera do confronto pelas oitavas de final, o zagueiro Thiago Silva havia lembrado o amistoso realizado entre as duas equipes em junho deste ano, com vitória do Brasil por 5 a 1. "Agora é Copa do Mundo", disse, ao prever que seria bem difícil. Não foi. Foi mais fácil do que há seis meses, na verdade. Os sul-americanos dominaram desde o primeiro minuto e poderiam ter superado a maior goleada de sua história em Mundiais: 7 a 1 sobre a Suécia em 1950. A ironia é ser também o placar de sua derrota mais elástica e traumática, diante da Alemanha, na semifinal de 2014.
O jogo do "virou passeio" de Galvão Bueno. "Lá vem eles de novo!", possivelmente gritou Park Moon-sung no seu microfone, com os comentários, ao seu lado, de Ahn Jung Hwan, herói da campanha da semifinal de 2002. Depois que Vinícius Junior abriu o placar aos sete minutos, em jogada de Raphinha, tornou-se claro que o Brasil dançaria em campo. Ou sambaria. Fez isso em todas as comemorações de gols, para aproveitar a batucada tocada no último volume pelo sistema de som do Estádio 974, que teve sua despedida de gala. Foi a última partida da história da arena feita com contêineres, que será desmontada após o torneio. Todos os dez jogadores de linha se reúnem em círculo e começam a pular e dançar. A atuação impressionante do Brasil ofuscou até mesmo a esperada volta de Neymar, ausente diante de Suíç e Camarões por lesão. Ele fez o seu gol, o segundo, de pênalti, ao deixar o goleiro Kim Seung-Gyu de joelhos. Houve o lance em que cercado por dois sul-coreanos e atrapalhado pelo árbitro francês Clement Turpín, deu um drible que deixou todos para trás. Inclusive o juiz. Para quem ficou com medo do que poderia acontecer com a seleção após a derrota com os reservas diante de Camarões, na última rodada da fase de grupos, a goleada desta segunda-feira foi uma catarse. Um misto de objetividade, frieza e fantasia do futebol brasileiro, representada em sua síntese pelo terceiro gol, aos 28, quando Richarlison iniciou o lance com embaixadinhas e concluiu para a rede após troca de passes entre Casemiro, Marquinhos e Thiago Silva. Os atletas do banco de reservas chamaram o camisa 9 para celebrar com Tite, que imitou um pombo, apelido do atacante. "E lá vem eles de novo! Olha que absurdo!", foi a frase que poderia ter disparado o narrador sul-coreano, atônito como Galvão Bueno há oito anos no Mineirão.
Ficou pior porque Lucas Paquetá faria o quarto aos 36. O Brasil criou oportunidades após o intervalo, mas desacelerou porque sabia que a vitória estava garantida. Raphinha, o nome do ataque titular mais necessitado de um gol para ganhar confiança, teve grande chance, mas a desperdiçou. "Chegam, repito, como se fosse um treino". Nem tanto, porque Paik Seung-Ho acertou um belo chute de fora da área aos 32 para diminuir a vantagem brasileira e castigá-la pela diminuição do ritmo avassalador da etapa inicial. Preocupado com lesões e condições físicas dos seus jogadores, Tite já havia começado a fazer mudanças para preservar os titulares. Recuperado de lesão no tornozelo, Danilo deu lugar a Bremer. Daniel Alves foi para a vaga de Militão. Neymar continuou em campo até os 35, como que para provar estar 100% recuperado de problema também no tornozelo.
A partida estava tão definida que, com 10 minutos para o final do tempo regulamentar, o treinador trocou de goleiros. Weverton, o único dos 26 convocados que não havia ainda entrado em campo no Mundial, ocupou o lugar de Alisson. Como Park Moon-sung deve ter constatado na transmissão para a TV coreana, era "uma grande seleção contra um time de meninos." BRASIL Alisson (Weverton); Militão (Daniel Alves), Marquinhos, Thiago Silva e Danilo (Bremer); Casemiro e Lucas Paquetá; Raphinha, Neymar (Rodrygo) e Vinícius Júnior (Gabriel Martinelli); Richarlison. T.: Tite. COREIA DO SUL Kim Seunggyu; Kim Moonhwan, Kim Minjae, Kim Younggwon e Kim Jinsu (Hong Chul); Hwang Inbeom (Paik Seungho), Jung (Son Junho) e Lee (Lee Kangin); Hwang Heecha, Son e Cho (Hwang Uijo). T.: Paulo Bento. Local: Estádio 974, em Doha
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Última atualização ( Seg, 05 de Dezembro de 2022 18:25 ) |