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Piloto afirma que roubo de avião no Piauí foi planejado e de alto risco; assista |
"Decolaram de madrugada de um aeródromo que não tem balizamento noturno, não tem iluminação. Decolaram apenas com o farol da aeronave. Foi uma coisa de muito risco. Essa operação, com certeza, foi muito bem planejada. Os indivíduos trouxeram combustível, abasteceram o avião. Se conseguiram encher tudo, a aeronave tem autonomia pra voar 5 horas, em uma velocidade em torno de 220 km a 230 km/h. Por aí dá pra se tirar até onde eles conseguiram ir, se tiverem enchido o tanque. Com certeza, eles tinham planejado a rota toda, onde seria o pouso já de dia para poderem completar a fuga. Nós que voamos ficamos imaginando como planejaram sair de uma pista sem nenhum recurso noturno para que voassem à noite", analisa o piloto. Avião que foi roubado em Teresina-PI. A aeronave foi levada do Clube do Ultraleve do Piauí, na Zona Leste de Teresina, na madrugada do último sábado (14 de janeiro de 2023). O avião cabe seis ocupantes e suporta uma grande quantidade de peso, o que reforça a suspeita de que tenha sido levado para o transporte de drogas. Gregório Mendes pontua ainda que o piloto que conduziu a aeronave deveria ter habilitação para voos noturnos e enfatiza que a operação foi arriscada. "Foi muita ousadia, inclusive nesse aspecto da fuga. Além disso, ninguém é pra voar sem um plano de voo. Eles decolaram à revelia de todos os controles aéreos. O controle daqui deve ter visto o alvo dele no radar, efetuado diversas chamadas e ninguém respondeu. Temos a transmissora do Centro-Recife que qualquer aeronave voando dentro desse raio de 200 milhas, com certeza é alcançada pelo radar. O controle deve ter feito chamadas, apesar dele ter desligado o transponder, mas aparece o alvo primário e o controlador com certeza viu", diz Mendes. O piloto reforça que para um avião decolar é necessário um plano de voo aprovado com informações sobre origem, destino, quantidade de ocupantes, combustível, entre outras. Médico Jacinto Lay. O médico Jacinto Lay, proprietário da aeronave, diz que o sentimento é de surpresa e frustração. Ele conta que o monomotor passou por revisão em dezembro de 2022 e que confia nas autoridades policiais para reaver o veículo aéreo avaliado em R$ 2 milhões. "Recentemente foi feita uma revisão geral, pois havia chegado no tempo de renovação do certificado de aeronavegabilidade. No começo de dezembro fez teste de voo e no final de dezembro já havia concluído toda a revisão. Estava pronto pra voo. Não estava voando, pois estava aguardando somente a liberação burocrática, a assinatura do papel da Anac", conta Lay. O proprietário da aeronave reforça as características do monomotor e acredita em uma ação bem planejada. "A abordagem dos meliantes foi levar o caseiro já direto pro hangar onde eles sabiam onde estava a aeronave. Já foi uma coisa bem planejada [...] creio em furto para tráfico de drogas. As características do avião são bem propícias pra isso. É uma aeronave monomotor, com capacidade para seis passageiros, o piloto e mais cinco, e tem um trem de pouso fixo, ou seja, as rodas que tocam ao solo ficam o tempo todo baixadas, é muito boa para pousos e decolagens em pistas curtas, carrega muito peso. Leva seis passageiros e bagagem tranquilamente", explica o dono da aeronave. O monomotor não tinha seguro. Jacinto Lay diz que a sociedade vive um clima de insegurança e pede por melhorias na área. "Fiquei bem surpreso. Você nunca imagina! participo de aviação desde 2001 e você não vê entre os colegas, entre os pares, reclamando de roubo de aeronaves. Isso é mais comum nas regiões fronteiriças, no Mato Grosso, próximo ao Paraguai, mas não no Norte-Nordeste. A gente fica frustrado, pois vivemos numa insegurança tão grande e , como contribuinte, a gente fica rezando para que haja uma melhoria na Segurança, pois a gente paga tanto pra isso", desabafa a vítima.
Fonte: Portal Cidade Verde |
Última atualização ( Seg, 16 de Janeiro de 2023 19:23 ) |