O Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Piauí (Sindepol) denuncia a dificuldade que a categoria tem enfrentado para desempenhar suas atividades. Em pouco mais de um ano, 12 delegados deixaram a instituição, que atualmente trabalha com apenas 44% do número de cargos que o próprio Estado estabeleceu em lei. A situação é mais crítica no interior do Estado, onde estão apenas 50 delegados para 223 municípios.

Dos 12 delegados que deixaram a instituição, cinco pediram exoneração para assumir outro cargo público, quatro se aposentaram e três foram demitidos. O Presidente do Sindepol, Tiago Dias, alerta que a situação pode ficar ainda mais grave, pois outros dez delegados estão em processo de aposentadoria. “O Governo do Estado precisa urgentemente nomear mais delegados para repor essas vagas, pois até a capital já está com déficit”, diz Tiago Dias. Na última sexta-feira (25 de janeiro de 2013), o Sindepol homenageou o ex-delegado e agora defensor público Jefferson Calume por seu desempenho à frente do 8º DP. "É uma pena que a Polícia Civil perca delegados competentes  em virtude de oferecer piores condições de trabalho em comparação com outros órgãos do próprio Executivo. Pior ainda é perceber que essas vagas sequer estão sendo preenchidas rapidamente" lamenta o delegado Tiago Dias.

                                      Presidente do Sindepol, delegado Tiago Dias

O Presidente do Sindepol lembra que existem 20 aprovados no último concurso público aguardando nomeação. “Se todos os candidatos do concurso de 2009 fossem nomeados, a situação ficaria mais confortável, pois a sobrecarga de trabalho está gerando uma reclamação geral entre os delegados do interior”, ressalta o sindicalista. O Presidente do Sindepol diz que houve uma significativa evolução na qualidade dos inquéritos policiais produzidos pelos delegados concursados que assumiram as delegacias do interior. “Esses delegados representam um marco na história da Polícia Civil, pois substituíram pessoas estranhas ao cargo que há muitos anos conduziam os trabalhos nas delegacias do interior sem o devido concurso público e formação na Academia de Polícia”, conclui Tiago Dias.