Escrito por Saraiva    Seg, 16 de Janeiro de 2023 21:03    Imprimir
Lula sabia do risco de ataques em Brasília, afirma senador Marcos do Val ao Oeste Sem Filtro

O presidente Lula sabia do risco de ataques na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A afirmação é do senador Marcos do Val (Podemos-ES), em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, exibido nesta segunda-feira, 16 de janeiro de 2023. O vandalismo contra os Três Poderes ocorreu em 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.

“O presidente da República, Lula, ciente da situação, deixou Brasília para que a tragédia ocorresse, podendo levar ao risco de pessoas morrerem”, revelou Do Val. “Ele queria que a oposição se autodestruísse.”

Segundo o parlamentar, o petista soube da possibilidade de ataque por meio de mensagens no WhatsApp, no sábado 7, um dia antes da invasão. “O que estaria fazendo um ministro da Justiça sozinho, no Ministério da Justiça e Segurança Pública, em um domingo à tarde, durante o recesso do Congresso?”, interpelou Do Val, ao afirmar que Dino, ministro da pasta, também sabia da possibilidade dos ataques. “Dino disse que abriu a janela, viu a bagunça que estava acontecendo e fez um ofício para o governador.”

O senador pediu ao Gabinete de Segurança Institucional uma cópia dos documentos que comprovariam que Lula e Dino já sabiam da possibilidade da invasão. Agora, o parlamentar vai pedir o afastamento e a prisão de Dino. Na semana passada, a Agência Brasileira de Inteligência informou que avisou o governo, dias antes, do risco dos atos que ocorreram na Esplanada.

“Em ofício enviado por Dino ao governador do DF, Ibaneis Rocha [MDB], o ministro assegura que, caso precisasse, ele acionaria a Força Nacional”, explicou Do Val. “No entanto, depois que tudo aconteceu, Dino diz para alguns repórteres que só poderia acionar a Força Nacional caso acontecesse uma intervenção federal.”

“Janela quebrada”

Durante a entrevista, o senador citou um estudo chamado “Os efeitos da janela quebrada”, de um policial norte-americano, para explicar o que houve em 8 de janeiro. “Quando escutamos o som de uma janela quebrada, temos a sensação de que não há ninguém em determinado local e que ele está abandonado”, disse Do Val. “Desse modo, entendemos que podemos quebrar as janelas. Isso é o efeito manada. Todos fazem as mesmas coisas.”

De acordo com o parlamentar, havia dois grupos entre as pessoas que depredaram os Três Poderes: os que filmavam de “forma inocente” e os que ficaram na grama, “sem entender o que estava acontecendo”.

“Não dá para dizer que toda a direita é anarquista”, disse o senador. “Já foi identificado que foi um número pequeno de pessoas que, de fato, praticaram os atos de vandalismo.” O parlamentar deseja pedir o impeachment de Lula pelo crime de prevaricação — quando um funcionário público retarda ou deixa de praticar ato de ofício em benefício próprio.

O 8 de janeiro

Em razão do ataque contra às instituições públicas, os policiais tiveram de fazer um esquema de “rede”, puxando inocentes e culpados, para estancar a crise, segundo o senador. “Os agentes colocaram todos dentro de alguns ônibus e começaram a procurar um lugar para fazer a separação do ‘joio e do trigo'”, contou Do Val. “Então, os policiais passaram em frente ao quartel-general e colocaram os manifestantes que estavam no local para entrar no ônibus. Essas pessoas foram de forma inocente, pensando que seriam levadas para a rodoviária.”

Nesse momento, de acordo com o senador, os agentes lembraram que a academia da Polícia Federal era o único local que teria capacidade para desembarcar os manifestantes e fazer a “separação” em algumas horas. Contudo, isso não aconteceu. Mas os agentes, conforme o parlamentar, pediram ajuda dos próprios familiares para o envio de colchões para os detidos.

Fonte: Revista Oeste/Rute Moraes