Escrito por Saraiva    Qua, 16 de Maio de 2012 09:30    Imprimir
Tribunal de Justiça manda descontar salário de juiz por proferir palestra e divulgar seu livro

O Tribunal de Justiça do Maranhão decidiu descontar dos subsídios do juiz Márlon Jacinto Reis os dias em que ele esteve afastado, com prévia comunicação oficial, para lançar seu livro em Brasília, inclusive num evento dedicado ao Ministério Público Estadual maranhense. “Meu trabalho na Comarca está completamente em dia. Nossa avaliação, segundo o próprio Tribunal de Justiça, é excelente em termos de operosidade.

No último mês minha produtividade alcançou mais de 330%. Temos a menor taxa de congestionamento e a maior produtividade no nosso grupo, como registrei aqui, feliz, nos últimos dias”, postou o magistrado no Facebook. 
E acrescenta: “Não comprometo meu trabalho com minha atividade social. Quando percebi que o número de convites para palestras se tornou inconciliável com as minhas atividades, não tive dúvida de fazer uso das minhas férias para viajar o país propagando a cultura jurídica instituída pela Lei da Ficha Limpa” 
Pois é! Agora, seu afastamento da comarca, com prévia comunicação, para realizar um ato de natureza acadêmica e jurídica - palestra seguida de lançamento de livro - foi tratado pela Corregedoria do TJ-MA como uma falta, a demandar o desconto dos vencimentos. Segundo Márlon Reis, o tema foi considerado pelo TJ como sendo de seu interesse particular. “Assim como defendo que as pessoas lutem por seus direitos, não devo descuidar dos meus. Amanhã cedo solicitarei informações sobre todos os pedidos de afastamento formulados por desembargadores e juízes e a forma como o tema foi tratado pela CGJ-MA”, declarou o membro do Judiciário. Reis quer saber se os colegas magistrados que foram assistir, em lugar de proferir palestras, tiveram também que privar suas famílias de parte do único dinheiro com que as sustentam. Isso para não falar em viagens por motivos menos nobres. “Outros tribunais me convidam para proferir palestras. O meu manda descontar do meu subsídio o valor correspondente ao dia em que estive propagando a nova cultura jurídica eleitoral que tenho a honra de haver ajudado a instituir numa luta histórica. Isso não me desestimula. Não vai me esmorecer. Quero saber se o Conselho Nacional de Justiça pensa o mesmo”, finaliza o juiz maranhense Márlon Jacinto Reis.

                                                 Juiz Márlon Reis

                                                  Livro do juiz Márlon Reis

 

 

Fonte:GP1 

  

Última atualização ( Qua, 16 de Maio de 2012 09:40 )