Escrito por Saraiva    Seg, 11 de Junho de 2012 23:53    Imprimir
Inspetor da Polícia Rodoviária Federal diz que médico envolvido em acidente que matou cinco pessoas estava embriagado

"Não são indícios e nem suspeitas. Para nós da Polícia Rodoviária Federal ele estava sim embriagado. Além disso, ele preso em flagrante, tentou fugir, e foi autuado em um posto da PRF. Quando chegou lá foi perguntado pelos colegas agentes, como Igor e os demais, e mentiu. Disse que a picape Hilux não era dele e ainda disse que não estava no carro. Se recusou a fazer o teste do bafômetro mas, nós da PRF o denunciamos em visível estado de embriaguez". A declaração é do Inspetor da PRF-PI, Tony Carlos (foto), que presenciou minutos depois, o acidente ocorrido no dia 9 deste mês (Junho), na BR-343, no trecho que liga as cidades de Altos e Campo Maior, no Piauí, em entrevista às TVs Cidade Verde e Meio Norte.

Tony Carlos acusa diretamente o médico Marcelo Martins de Moura, sem titubear, de estar dirigindo alcoolizado a caminhoneta Hilux que ocasionou o acidente que matou cinco pessoas da mesma família. É a primeira vez que uma autoridade policial fala com tanta firmeza sobre este caso.

O Inspetor Tony Carlos disse que estava de plantão, por volta das 4h da madrugada do dia 9 de junho de 2012, em frente ao Parque de Vaquejada Nina Alencar, a poucos metros de distância do local do acidente, quando soube pelo rádio da viatura policial que o acidente havia acabado de acontecer. Ele e sua equipe foram ao local. Enquanto alguns garantiram a segurança no local do acidente, já que ainda havia um grande movimento no local por conta da festa realizada próximo, outros foram para o posto da PRF, onde conseguiram prender o acusado pelo acidente. Marcelo Martins de Moura, segundo Tony Carlos, se recusou a fazer o teste do bafômetro. "Mas nós o encontramos embriagado", disse o Inspetor da PRF ao jornalista Silas Freire da TV MN, na tarde desta segunda-feira (11 de junho de 2012). Ele foi questionado pelos agentes sobre a responsabilidade do carro, mas negou que estava dirigindo e ainda que não era sua a picape. Mas ao identificar a documentação da Hilux, ficou provado que ele realmente era quem dirigia. Foi levado preso para um posto da PRF-PI e depois encaminhado para a Central de Flagrantes, em Teresina-PI, onde ficou sob custódia da Polícia Civil do Estado. Alegando dores no tórax, o médico foi levado para atendimento no Hospital Prontomed, Centro de Teresina. Sob escolta, ele recebeu alta no domingo e segue preso, ainda nesta segunda-feira (11 de junho de 2012), em um local desconhecido. A Polícia Civil não informa onde ele está e seus advogados preferem manter sob sigilo a informação com medo de possíveis retaliações. A defesa do médico garante que ele teria dormido ao volante e por isso perdeu o controle e bateu no Fiat que matou as cinco pessoas da mesma família. Segundo a advogada Nayriane de Sousa Costa, ele passa o dia chorando e lamenta o ocorrido. Seus advogados tentam a soltura na Comarca de Altos-PI, visto que não conseguiram um habeas corpus impetrado no Tribunal de Justiça em Teresina.

                                       Médico Marcelo Martins de Moura 

DETALHES SOBRE O ACIDENTE
Na entrevista de Tony Carlos ele revela detalhes sobre como o acidente ocorreu. Ele disse que, in loco, percebeu, que a Hilux dirigida por Marcelo Martins de Moura mudou de faixa, como se fosse ultrapassar. O que, segundo ele, é proibido naquele trecho da pista, além da afirmação de testemunhas de que o carro do médico trafegava pela contramão. "Se olhar bem a pista, vai ver que tem faixa contínua e proíbe ultrapassagens. Tira a visibilidade para quem dirige nos dois lados da pista, tanto no sentido Campo Maior-Altos como no sentido inverso", informou. O inspetor deu também uma explicação técnica sobre o acidente: “a colisão foi tão forte que o Siena [onde estava a família] foi projetado para trás, mesmo pesado, com seis pessoas e bagagem para viagem. A Hilux estava a cem entre 110 Km/h, enquanto o Siena estava entre 80 e 90, provocando um impacto total de 190 km/h. Algo tão grande que os ocupantes do Siena, mesmo com cinto de segurança, não resistiram e morreram na hora. Isso porque a Hilux estava na contramão e chocou-se com um veículo que trafegava normalmente”.

      Veja como ficou a Hilux que o médico Marcelo Martins dirigia no momento do acidente 

COMO OCORREU E QUEM MORREU
Perguntado sobre a influência da afirmação de que ele bebeu e foi dirigir, o Inspetor Tony explicou que “o  álcool serve de agravante para um terço da pena” e que “ele foi autuado, já no local, nos artigos, 302, 304 e 305, por omitir socorro e não se identificar aos policiais. Não só ele, mas outras 20 pessoas, dos 139 testes realizados, dentre elas, 7 foram presas”, informa o inspetor.   O Piauí inteiro ficou chocado com a tragédia da madrugada do último sábado. Ocorreu por volta das 3h50 da madrugada do último sábado em um trecho da BR-343, que liga a Capital Teresina a cidade de Campo Maior (distante menos de 100 km). Envolveu uma picape Hilux  de placa OEG-3479-Teresina e um carro sedã Siena de placa NHW-6185-PI e teria sido ocasionado por uma ultrapassagem indevida feita pelo condutor da Hilux. De acordo com o policial rodoviário federal Wellington Batista Rodrigues, quem ocasionou a tragédia foi Marcelo Martins Moura, de 26 anos. Ele é médico e bastante conhecido em Teresina. Segundo testemunhas ele teria bebido, mas se recusou a fazer o teste do bafômetro depois que foi preso, momentos após o acidente. Autuado em flagrante, ele foi levado preso para um posto da PRF, depois para Central de Flagrantes e em seguida para o ProntoMed, de onde já teve alta. Até agora, o médico Marcelo Martins responde por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). O acidente matou as cinco pessoas que estavam no Siena. Uma família inteira passou o sábado recebendo os pêsames, chorando durante o velório realizado por todo o dia na cidade de Jardim do Mulato, interior do Estado do Piauí, onde viviam as vítimas. Morreram no acidente Leodivan Pereira Lima, de 45 anos de idade; Bernadete Maria Lima, de 50 anos; Leonidas Pereira Lima, 50 anos; Rita Teixeira Soares Lima, 40 anos (estes dois últimos eram casados); e Lorena Soares, 3 anos (era filha deste casal). Rita era filha do ex- prefeito da cidade de Jardim do Mulato-PI, Jeronimo Soares. Leodivan era motorista da ambulância da Prefeitura Municipal de Jardim do Mulato. Eles estariam em viagem para aproveitar o fim de semana no Litoral do Ceará. O médico Marcelo Martins de Moura teria tentado uma ultrapassagem arriscada e, como não fez, colidiu com o Siena provocando a tragédia.

 

Fonte:180graus

 

Última atualização ( Ter, 12 de Junho de 2012 00:09 )