Durante a Operação Monte Parnaso, deflagrada hoje (13 de novembro de 2012) em Teresina, Oeiras, Floriano e Picos, a polícia civil identificou que presos em regime semiaberto da Penitenciária de Oeiras estavam realizando tráfico dentro do presídio. De acordo com o delegado regional de Oeiras, Leandro Ferraz, foram identificados quatro detentos que faziam o tráfico. 

"Eles saíam durante o dia e voltavam à noite levando drogas", disse o delegado. Além dos presidiários, foram presos Cleto Rodrigues de Sousa, que trabalhava em Oeiras como radialista, e o seu filho Erik Clapton Teixeira Rodrigues, que foi preso em Teresina. Segundo a polícia, eles tinham a função de mula: levavam a droga de Teresina para Oeiras. 

Como funcionava o tráfico

De acordo com o delegado geral James Guerra, Oeiras era o ponto de destino das drogas levadas de Teresina e Floriano. Os traficantes, geralmente, levavam pequenas quantidades para, no caso de serem abordados, serem configurados como consumidores e não como traficantes.

O delegado Leandro Ferraz acrescenta que o grupo era muito bem organizado e cada indivíduo tinha uma função. A maior parte da droga distribuída era maconha e crack. A quantidade apreendida pela polícia ainda não foi contabilizada. "Ainda estamos em campo para realizar as três prisões restantes: uma em Teresina e duas em Oeiras", disse. O 26º preso é conhecido como "Gordo da Borracha", em Oeiras. Um dos presos é um estudante universitário, oriundo da Paraíba. Ao todo são 29 mandados de prisão, 26 de busca e apreensão. 

Herança do tráfico

O delegado James Guerra informou ainda que a grande dificuldade da polícia é que quando um traficante é preso ou um parente toma conta do "comércio" ou há briga pelo controle do ponto. "Isso é uma grande dificuldade para a polícia. Ou existe uma disputa para aquele ponto ou alguém relacionado com o traficante assume. Mas, independentemente das adversidades, temos que trabalhar repressivamente e com prevenção porque só a polícia não terá condições de enfrentar sozinha esse problema", disse.

Ações contínuas

James Guerra explica que essa operação está ocorrendo em oito municípios da região de Oeiras e, se for somada com a operação do ano passado, resulta em mais de 50 pessoas presas. "A polícia está trabalhando permanentemente e de forma regionalizada. O problema é que o tráfico sempre muda de poder e só o trabalho policial não vai resolver", alerta.