Escrito por Saraiva    Seg, 18 de Março de 2013 21:19    Imprimir
Prefeito de São Julião diz que existia acordo para entregar prefeitura ao vice Francimar Pereira que está preso em Teresina

O prefeito de São Julião-PI, Francisco José de Sousa, o Zé Neci (PT), disse que o município em menos de 30 dias foi do "céu ao inferno". Da visita da presidente Dilma Rousseff (PT) a adutora Piaus I, no dia 18 de janeiro deste ano, ao assassinato do ex-vereador Emídio Reis (PMDB), no dia 31 do mesmo mês.

O gestor negou ter conhecimento da trama para matar seu adversário nas eleições de 2012, mas admite que havia acordo para deixar o cargo para o vice José Francimar Pereira, preso pela Polícia Civil por suposto envolvimento no crime. "Existem esses acordos não só em São Julião-PI. Desde 1960 quando São Julião foi fundado que já existia esse acordo. É cultural. O afastamento poderia ser através de licença como foi feito no mandato passado entre Dr. Carlos (Alberto Alencar – Carlão) e Francimar que foi por licença.

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Era uma coisa natural. Em São Julião todo mundo sabe disso. Se vota sabendo. Não é enganado. Não é venda de mandato como foi dito. É acordo político", disse Zé Neci ao Cidadeverde.com e TV Cidade Verde, confirmando que pediria licença do cargo futuramente. As investigações apontam que o motivo da morte de Emídio Reis seria uma ação judicial movida por ele para cassar o mandato da chapa vencedora nas eleições de 2012. Com o acordo, José Francimar Pereira não teria como cumprir o mandato de prefeito após a saída de Zé Neci, o que o motivaria a encomendar a morte do ex-vereador, assassinado com dois tiros na cabeça em um matagal.

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Na entrevista completa, que será exibida no Notícia da Manhã, a partir de 7h desta terça-feira (19 de março), Zé Neci nega qualquer envolvimento ou ciência da trama para matar o ex-vereador. "Desafio qualquer pessoa a apresentar provas de que eu sabia da trama para matar Emídio Reis", garante o prefeito, afirmando ter ficado chocado ao saber do crime, assim como todos em São Julião.  

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Relação de amizade

O prefeito reafirmou que tinha boa relação com o ex-vereador assassinado. “Ele (Emídio Reis foi Secretário de Saúde do nosso mandato passado. Sempre foi meu amigo. Ele foi candidato em 1996 a prefeito e eu a vereador. Nós mantínhamos uma amizade, dele estar na minha casa, de conhecer meus filhos, de comer, de dormir. E não existe briga entre José Neci e Emídio Reis, o que existia era uma divergência política”.

"Quero dizer da minha certeza e convicção de que não tenho participação nisso. Acordo político existia, eu não vou negar," acrescenta Zé Neci, que declarou não ter sofrido ameaças depois do crime.  

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Drama pessoal

O prefeito afirmou ter vivido nesta segunda-feira (18 de março de 2013) um dos piores dias de sua vida por conta de boatos de que saberia da trama. Ele afirmou existirem muitas informações "mirabolantes" sobre o caso. Zé Neci conta que já prestou depoimento para a Polícia Civil por duas vezes, sem advogado. "Aqui todo mundo me conhece. Estou com a minha consciência tranquila. Eu não tenho nada a esconder." Outro boato negado por Zé Neci é de que seu grupo político teria oferecido R$ 1 milhão para desistir da ação. Segundo o prefeito, até onde o mesmo sabe, ninguém no seu grupo político teria esse valor. O prefeito afirmou ter sofrido três pedidos de cassação como vereador e prefeito. Ele atribui as suspeitas a uma ação para tentar denegrir sua imagem politicamente. Com informações do Cidadeverde.com.

Última atualização ( Seg, 18 de Março de 2013 23:48 )